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  • Abdias do Nascimento
    Mario A. Medeiros da Silva (Unicamp)
    Nasceu em Franca, São Paulo, em 14 de março de 1914 (filho de José Ferreira do Nascimento e de Georgina Ferreira do Nascimento) e faleceu no Rio de Janeiro, em 23 de maio de 2011. Passa a residir na capital fluminense em 1936 para cursar Economia na Universidade do Distrito Federal (forma-se em 1938, quando a instituição já é denominada Universidade do Brasil). Estudou sociologia no ISEB (1956), foi também teatrólogo, ativista, pintor, deputado federal (1983-1987) e senador da República (1997-1999, suplente de Darcy Ribeiro). Doutor Honoris Causa pela UERJ (1993) e UFBA (2000). Indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2010. Fundou o Teatro Experimental do Negro (TEN) em 1944 e esteve à frente dele até 1968, quando foi forçado a se exilar, em função da ditadura civil-militar, indo inicialmente para os Estados Unidos. Ali se tornou pintor e militante pan-africanista, além de professor na Universidade do Estado de Nova York (EUA) e também da Universidade de Ifé (Nigéria). Retornou ao Brasil em 1978, participando da fundação do Movimento Negro Unificado (MNU) e também da fundação do PDT, com Leonel Brizola.
  • Alberto Torres
    Maria Fernanda Lombardi (Universidade Federal de São Paulo)
    Alberto Torres nasceu em 1865 em Porto das Caixas, Itaboraí (RJ), filho de uma família de nome, mas não de muitas posses. Filho de um advogado, Manuel Martins Torres, assim como o pai militou no Partido Liberal ao longo do Império. Frequentou os cursos de Direito de São Paulo e Recife, formando-se neste último em 1885, envolveu-se em núcleos republicanos e abolicionistas de estudantes e fez parte do grupo que fundou a revista Idéia. Formado e de volta ao Rio de Janeiro, atuou como jornalista em órgãos como O Povo, que ajudou a fundar, e O Paiz, além de se dedicar à militância dentro do Partido Republicano do Rio de Janeiro. Escritor nacionalista e defensor da centralização do poder – e crítico do arranjo institucional federativo da Primeira República – Alberto Torres foi uma referência nos anos 30, considerado por muitos como uma matriz do pensamento autoritário brasileiro.
  • André Rebouças
    Alexandro Dantas Trindade (Universidade Federal do Paraná)
    André Pinto Rebouças (13 de janeiro de 1838, Cachoeira/Bahia – 9 de maio de 1898, Funchal/Ilha da Madeira). Afrodescendente, foi engenheiro, empresário e jornalista, tornando-se conhecido pela singular atuação na campanha abolicionista ao longo da década de 1880, ao condicionar a resolução da “questão servil” à defesa de reformas sociais mais amplas, como a estrutura agrária, a imigração e a colonização. Participou de diversas sociedades socioprofissionais e agremiações políticas, como a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, a Sociedade Central de Imigração e a Confederação Abolicionista, escreveu para diversos jornais e periódicos e, dentre suas publicações, destacam-se Garantia de Juros (1874) e Agricultura nacional. Estudos econômicos. Propaganda abolicionista e democrática (1883).
  • Ángel Rama
    María Inés de Torres (Universidad de la República – SNI/ANII)
    Ángel Rama fue un crítico literario, docente, investigador, y periodista cultural uruguayo, de fuerte vocación latinoamericanista, que se tradujo tanto en su producción periodística y académica, como en su prolífica obra como dinamizador cultural a través de redes intelectuales y emprendimientos culturales, dentro de los cuales cabe destacar la creación de la Biblioteca Ayacucho, dedicada a publicar ediciones críticas de clásicos y obras contemporáneas del continente. Dentro de un panorama intelectual que frecuentemente dejaba de lado Brasil al pensar América Latina, Rama fue un ferviente defensor de la necesidad de pensar la cultura brasileña como parte de un proyecto latinoamericano, reflexión en buena parte nutrida por su relación con Antonio Cándido y Darcy Ribero.
  • Antonio Candido
    Alexandro Henrique Paixão (Universidade Estadual de Campinas) Mariana Miggiolaro Chaguri (Universidade Estadual de Campinas)
    Antonio Candido (Rio de Janeiro/RJ, 1918) é autor de obras que combinam a interpretação de literatura e sociedade por meio de um método de estudo por ele nomeado como crítica integradora. Um método histórico e literário que permite estudar como o texto literário recria e expõe a realidade social nas tintas e no papel da ficção, com o objetivo de compreender como o contexto foi transformado e reduzido estruturalmente no texto, necessitando, portanto, de análise e interpretação pela crítica literária e pelo pensamento social.
  • Benedito Nunes
    Maria Stella Faciola Pessoa Guimarães [*]
    No ano de 1929, Benedito Nunes nasceu em Belém, cidade onde faleceu em 2011. Intelectual nacional e internacionalmente reconhecido, Benedito Nunes se notabilizou por sua obra e atuação nas áreas da hermenêutica, filosofia e crítica literária. Outra dimensão bem menos conhecida da sua trajetória é seu interesse pela sua própria região, a Amazônia. Como intelectual enraizado na região amazônica, impulsou o ambiente acadêmico lá e interrogou a realidade da sua região. Este interesse permite, assim, qualificar melhor a centralidade das relações entre local e universal na sua reflexão.
  • Caio Prado Jr.
    Bernardo Ricupero (Universidade de São Paulo)
    Caio Prado Jr. inaugura uma “interpretação do Brasil”. Faz isso sobretudo ao ressaltar o peso do que chama de “sentido da colonização” no que somos. Isto é, o país teria se constituído para produzir certos bens demandados pelo mercado externo. Mostra, a partir daí, como se povoou um determinado território e se organizou uma vida material, se criando também uma vida social e política. Em outras palavras, começaria, mesmo que problematicamente, a se formar aqui uma sociedade. Tal interpretação, que entende o Brasil como totalidade, inspira-se diretamente no marxismo. No entanto, o uso que o autor faz do materialismo-histórico destoa do que foi sua linha dominante no país.
  • Carlos Chagas
    Simone Kropf (Casa de Oswaldo Cruz - Fiocruz)
    Carlos Ribeiro Justiniano Chagas. Considerado um dos mais importantes cientistas brasileiros, foi o autor, em 1909, da descoberta da tripanossomíase americana (doença de Chagas), causada pelo parasito Trypamosona cruzi (também descrito por ele) e transmitida por um inseto conhecido como “barbeiro”. Dirigiu o Instituto Oswaldo Cruz (1917-1934) e o Departamento Nacional de Saúde Pública (1920-1926) e foi o primeiro catedrático de medicina tropical da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1925-1934). Notabilizado pelas pesquisas sobre a doença que leva seu nome, enfatizou a importância social desta e outras endemias rurais como obstáculos ao progresso nacional. Foi liderança do movimento sanitarista que reuniu médicos, políticos e intelectuais que defendiam maior intervenção do poder público no campo da saúde, sobretudo nos “sertões” do Brasil.
  • Celso Furtado
    Vera Cepeda (Universidade Federal de São Carlos)
    Celso Monteiro Furtado (26 de julho de 1920, Pombal/PB - 20 de novembro de 2004, Rio de Janeiro). Considerado um dos intérpretes do Brasil, formou-se em direito pela Faculdade Nacional de Direito (1944) e doutorou-se em economia pela Universidade de Paris (1948). Suas maiores contribuições intelectuais para o pensamento social brasileiro são a elaboração da Teoria Política do Subdesenvolvimento e da tese sobre a formação econômica brasileira. Publicou mais de 30 livros, com destaque para Formação Econômica do Brasil (1959), A Pré-Revolução Brasileira (1962), Teoria e Política do Desenvolvimento Econômico (1967), O mito do desenvolvimento econômico (1974). Foi ator fundamental na construção e condução de políticas desenvolvimentistas aplicadas no Brasil (Plano de Metas, SUDENE, BNDE, Plano Trienal) defendendo a visão de desenvolvimento com bem-estar social. Foi economista da CEPAL e professor e pesquisador de importantes universidades internacionais.
  • Euclides da Cunha
    Nísia Trindade Lima (Casa de Oswaldo Cruz – Fundação Oswaldo Cruz) e Tamara Rangel Vieira (Casa de Oswaldo Cruz – Fundação Oswaldo Cruz)
    Engenheiro, militar, geólogo, autor de ficção e poesia, Euclides da Cunha foi acima de tudo, um intérprete do Brasil. Sua obra pode ser considerada a principal contribuição na gênese da matriz dualista de interpretação da sociedade brasileira, ainda que não tenha sido a primeira a pensar o Brasil como nação dividida entre o litoral e o sertão. Muitas foram as correntes de pensamento que o influenciaram, entre elas o positivismo militar e as teorias deterministas climáticas e raciais europeias. Fruto da cobertura jornalística do conflito de Canudos, seu livro Os sertões alcançou imensa repercussão no ano em que foi publicado, tornando-se um clássico do pensamento social e pode-se considerá-lo um dos textos que inventou o Brasil.
  • Florestan Fernandes
    Elide Rugai Bastos (Universidade Estadual de Campinas)
    Nascido em São Paulo em 1920, Florestan Fernandes realizou estudos básicos em curso de madureza, atualmente denominado supletivo, a partir dos 17 anos. Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela USP, 1944; mestre em Antropologia, 1947; doutor em Sociologia,1951; livre-docente em Sociologia, 1953; catedrático de Sociologia I, na USP, 1964; foi aposentado compulsoriamente pelo AI-5 em 1969. Atuou como professor nas Universidades de Columbia, de Toronto, de Yale, Católica de São Paulo. Em 1986 foi eleito pelo Partido dos Trabalhadores deputado federal integrando, durante o processo constituinte, as comissões de educação e cultura, ciência e tecnologia, e comunicação. Elegeu-se novamente deputado federal em 1990. Faleceu em São Paulo em 1995.
  • Gilberto Freyre
    Simone Meucci (Universidade Federal do Paraná)
    Gilberto Freyre (15 de março de 1900, Recife/PE - 18 de julho de 1987, Recife/PE). Um dos mais importantes intérpretes do Brasil que, nos anos de 1930, formulou uma das versões mais vigorosas sobre a identidade brasileira, atribuindo caráter positivo à mestiçagem cultural e racial e ao legado da família patriarcal. Inaugurou, a partir de então, uma abordagem que o tornou reconhecido artífice na tarefa de constituição da sociologia no Brasil. Durante a vida, e com notável regularidade, escreveu muitos livros. Algumas de suas principais obras são as que constituem a famosa trilogia: Casa Grande & Senzala (1933), Sobrados e Mucambos (1936) e Ordem e Progresso (1959). No entanto, para compreender o percurso de seu pensamento ao longo de todo o período, recomendamos também a leitura de Nordeste (1937), Açucar (1939), Interpretação do Brasil (1948), Integração Portuguesa nos trópicos (1958), Além do apenas moderno (1973) e Rurbanização: o que é (1982).
  • Gilda de Mello e Souza
    Heloisa Pontes (UNICAMP)
    Gilda de Mello e Souza nasceu em 1919 e passou a infância em Araraquara. Em 1930, mudou-se para São Paulo para estudar. Nove anos depois, concluiu o curso de filosofia. A formação intelectual recebida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências, a influência decisiva de Mário de Andrade (seu primo de segundo grau) e a experiência inédita para as moças de sua geração de uma sociabilidade ancorada na vida universitária permitiram-lhe inventar um novo destino. De início como contista da revista Clima (1941-1944), depois como professora da Universidade de São Paulo. Reconhecida como ensaísta, ela transitou da sociologia para a estética; aventurou-se pela literatura, artes plásticas, teatro, cinema; expandiu a compreensão da pintura acadêmica e do modernismo brasileiro; adensou o olhar sobre o cinema europeu; refinou a percepção crítica, a meio caminho entre a ciência e a arte.
  • Gino Germani
    Alejandro Blanco (Universidad Nacional de Quilmes)
    Gino Germani (4 de febrero de 1911, Roma – 2 de octubre de 1979, Roma). Fue el fundador de la sociología moderna en la Argentina y un protagonista decisivo de la renovación intelectual e institucional de la cultura argentina durante las décadas de 1950 y 1960. Sus estudios sobre la estructura social, el peronismo, la inmigración masiva y la movilidad social constituyen un material indispensable para la comprensión de la historia social y política de la Argentina moderna. Sus libros más importantes son Estructura social de la Argentina. Análisis estadístico (1955), Política y sociedad en una época de transición (1962), Sociología de la modernización. Estudios teóricos, metodológicos y aplicados a América latina (1969) y Autoritarismo, fascismo y populismo nacional (1978).
  • Guerreiro Ramos
    João Marcelo Ehlert Maia (CPDOC/FGV-RJ)
    O baiano Alberto Guerreiro Ramos foi um dos principais sociólogos brasileiros nas décadas de 1950 e 1960, período durante o qual pesquisou e escreveu sobre relações raciais, teoria sociológica e política nacionalista. Guerreiro trabalhou em órgãos públicos como o Departamento Nacional da Criança e o DASP, tendo também participado intensamente do Teatro Experimental do Negro e do Instituto Superior de Estudos Brasileiros. Foi também deputado pelo Partido Trabalhista Brasileiro, e político cassado em 1964. A partir de 1966, passou a viver nos Estados Unidos, onde trabalhou na University of Southern California. Faleceu em 1982.
  • Joaquim Nabuco
    Angela Alonso (Universidade de São Paulo/Cebrap)
    Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo (1849-1910), filho de um líder político Liberal, foi um político reformista durante o Império, sendo deputado e um dos líderes do movimento pela abolição da escravidão, no curso do qual escreveu seu livro mais importante, O Abolicionismo (1883). Na República, engajou-se na fundação do Partido Monarquista e da Academia Brasileira de Letras, e escreveu outros livros, que também se tornaram clássicos, Um Estadista do Império (1897-9) e Minha Formação (1900). Tendo começado a carreira como diplomata nos Estados Unidos e Londres, nos anos 1870, voltou a ela na maturidade como representante brasileiro nos dois países, exercendo respectivamente os cargos de ministro plenipotenciário e embaixador. Morreu no exercício deste último cargo, em Washington.
  • José Carlos Mariátegui
    Andre Kaysel Velasco Cruz (ILAESP-UNILA)
    Nascido em Moquégua (Peru), 14 de junho de 1894, filho de mãe mestiça de origem indígena e pai branco, de um ramo empobrecido de uma família tradicional. Aos 14 anos é obrigado a abandonar os estudos para auxiliar no sustento da família, trabalhando como auxiliar de tipógrafo, emprego que lhe abriria as portas do jornalismo. Nessa condição, atuou em diferentes órgãos da imprensa limenha. Ameaçado de prisão por seu engajamento em favor das mobilizações operário-estudantis de 1918-1919, é enviado à Europa como agente de propaganda do Peru (1919-1923), fixando-se mais tempo na Itália. Retornando ao Peru, colabora como conferencista nas Universidades Populares “González Prada”, criadas pela Federação de Estudantes do Peru (FEP). Em 1926 lança a Revista Amauta, congregando alguns dos mais destacados nomes da vanguarda política e cultural do país. Intelectual marxista, publicou dois livros em vida, La Escena Contemporánea (1925) e Siete Ensayos de Interpretación de la Realidad Peruana (1928).
  • Josué de Castro
    Rômulo de Paula Andrade (Fiocruz)
    Josué Apolônio de Castro, nascido em 5 de setembro de 1908 em Recife (PE), foi um homem de múltiplas atividades: intelectual, político, nutrólogo, cientista social e intérprete do Brasil. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil em 1929 e em Filosofia pela Faculdade Nacional de Filosofia em 1938, escreveu obras de fundamental importância para a análise das questões sociais do Brasil. Os conceitos e ideias presentes em sua obra configuram significativos parâmetros para se pensar a fome e exclusão social, chagas detectadas pelo pensador que continuam presentes no cotidiano brasileiro. A longevidade de suas ideias relaciona-se diretamente ao homem público Josué de Castro, que exerceu diversos cargos executivos no Estado, como coordenador de campanhas, deputado, diretor da Food and Agriculture Organization of the United Nation (FAO), escritor e romancista. Sendo um homem de ideias e de ações, conciliou intensa atuação política e intelectual ao longo de sua trajetória.
  • Lima Barreto
    Lilia Schwarcz (Princeton/USP)
    Lima Barreto (1881-1922) é um intérprete singular e fundamental do Brasil. É produto dele, mas também produtor de seu contexto, tendo denunciado bovarismos, políticas de exclusivismo social, segmentações urbanas, corrupção política, patrimonialismos e divisões culturais. E, como todo bom testemunho, o escritor é também um poço de ambiguidades. Era contra a ABL mas tentou fazer parte dela; elegeu os subúrbios como cenário de sua literatura, mas denunciou o provincianismo do local; era a favor da modernização do país, porém contra costumes “importados”. Testemunha e artífice da Primeira República, Lima Barreto foi vítima e protagonista desse momento nervoso da história brasileira. Foi ainda mais: soube desconfiar das mazelas da política e da sociedade brasileira, ao mesmo tempo que, de forma comovente, descreveu culturas, religiosidades e aspirações de grupos sociais normalmente afastados da nossa agenda de direitos. Sua atualidade é quase escandalosa quando percebemos como o presente está repleto do passado.
  • Luis Palés Matos
    Alejandra Josiowicz (COC- Fiocruz)
    Luis Palés Matos es para muchos el máximo poeta puertorriqueño. Durante su vida casi no salió de Puerto Rico y se enfrentó a una marcada precariedad laboral y económica. Sin embargo, consiguió salirse de las fronteras de la isla para asomarse a las Antillas, las que concibió como una unidad social y cultural, determinada por las consecuencias del sistema colonial y la experiencia de la diáspora. Investigó el elemento cultural y étnico afroantillano como expresión de las poblaciones de ese espacio geográfico. Fue pionero en la valoración del mestizaje antillano. Por eso, es considerado el iniciador de la vanguardia estética conocida como negrismo en las Antillas hispánicas. Fue colaborador asiduo de la prensa y publicó escasos libros en vida a pesar de que preparó varios manuscritos que acabó no publicando. Bautizado el “ruiseñor de Guayama”, llegó a ser famoso antes por oído que por leído: su poesía fue celebrada tempranamente por la crítica y adoptada por varios recitadores, reconocida entre el público del Caribe, España, América Latina y Estados Unidos.
  • Luiz de Aguiar Costa Pinto
    Marcos Chor Maio (Fiocruz)
    Thiago Lopes (Fiocruz)
    Luiz de Aguiar Costa Pinto (1920 – 2002) nasceu em Salvador, no seio da elite tradicional baiana. Após se formar em Ciências Sociais na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, integrou, em 1942, seu quadro docente. Nos anos 1950, participou de diversos projetos coletivos de pesquisa, como os estudos da Unesco sobre relações raciais no Brasil. Foi o primeiro diretor do Centro Latino-Americano de Pesquisa em Ciências Sociais (CLAPCS) e ocupou, por quatro anos, a vice-presidência da International Sociological Association (ISA). A obra de Costa Pinto traz as marcas da Sociologia dos anos 1950, que privilegiou o tema da mudança social. Refletindo sobre os impasses do desenvolvimento, elaborou o conceito de marginalidade estrutural, com o qual procurou assinalar a tensa articulação entre modernidade e tradição que caracterizaria o processo de mudança em países periféricos como o Brasil.
  • Maria Isaura Pereira de Queiroz
    Lucas Correia Carvalho (UFRJ)
    Uma das pioneiras entre as mulheres no ensino e pesquisa nas ciências sociais institucionalizadas no Brasil, Maria Isaura Pereira de Queiroz é autora de uma extensa produção sobre os mais diversos temas, recebendo destaque aqueles dedicados à compreensão das formas de organização social, expressão cultural e manifestação política das populações “rústicas” – termo com o qual designava o campesinato brasileiro. Aliando estudos intensivos de campo com questões macrossociológicas de formação da sociedade brasileira, a socióloga propôs e cumpriu um vasto e variado programa de pesquisas para a consolidação da área de sociologia política no Brasil.
  • Mário de Andrade
    André Botelho (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
    Mário de Andrade foi um dos principais líderes do movimento modernista brasileiro, tendo participado da Semana de Arte Moderna de São Paulo de 1922. Atuou em muitas frentes para realizar o projeto de “abrasileirar o Brasil”, buscando diluir criativamente as fronteiras entre erudito e popular e promover o reconhecimento da cultura popular e dos seus portadores sociais. Defendeu uma concepção plural de civilização, na qual há lugar para as diferenças e para a convivência mais democrática entre elas, sem perder de vista os processos e relações de desigualdades sociais. A lição não é pequena se lembrarmos dos velhos e novos processos de homogeneização e padronização dos comportamentos, dos sentimentos e das imaginações que também nos perpassam contemporaneamente.
  • Monteiro Lobato
    Carmen Felgueiras (Universidade Federal Fluminense)
    José Renato Monteiro Lobato nasceu em 1882, na cidade de Taubaté. Cedo revela pendores para as artes plásticas, mas a situação de decadência financeira da família o obriga a cursar a Academia de Direito, em São Paulo. Bacharel, obtém uma colocação como promotor em Areias, casa-se, abandona o cargo e torna-se fazendeiro. Fica nacionalmente conhecido com a polêmica em torno da figura do caboclo, tema de seu primeiro livro, Urupês, de 1918. Quase ao mesmo tempo, inaugura a sua obra infantil com as histórias d'A menina do narizinho arrebitado. Abandona a fazenda, para ser dono de editora, vendendo-a alguns anos depois. Contudo, mantém-se até o fim em sua atividade como escritor de livros de ficção adulta e infantil, ensaísta e polemista nos jornais e revistas da época. Coadunou, como poucos, as qualidades de empreendedor com as de homem de ideias.
  • Octavio Paz
    Mauricio Tenorio Trillo (CIDE, México)
    Samuel N. Harper (University of Chicago)
    Octavio Paz fue el poeta más laureado y distinguido del México del siglo XX, ganador del Premio Cervantes (1981) y del Premio Nobel de Literatura (1990). Pero fue más que un poeta: fue uno de los mejores ensayistas del siglo XX en lengua castellana. También fue un joven vanguardista que buscó la universalidad sin temer ni idolatrar lo local, rescatando la herencia de las vanguardias mexicanas de la década de 1920. Además, fue parte de la avanzada política y estética que apoyó a la República española durante la Guerra Civil. Fue un dedicado diplomático mexicano en Estados Unidos y Japón, embajador en la India entre 1962 y 1968, fecha en que renunció al puesto en protesta a la matanza de estudiantes en la Ciudad de México. Además, después de José Vasconcelos, fue quizá el adalid cultural más importante del siglo XX mexicano. Pero ante todo fue un influyente pensador político que en su persona y pensamiento abarcó las grandes tendencias y contradicciones del siglo XX.
  • Oliveira Vianna
    Antonio Brasil Jr. (Universidade Federal do Rio de Janeiro)
    Oliveira Vianna (1883-1951) procurou entender os impasses da sociedade brasileira em perspectiva histórica, analisando os efeitos duradouros de uma estrutura fundiária concentrada, baseada em grandes latifúndios, nas formas de pertencimento social e de relação com o Estado. Diante de uma sociedade fragmentada, cujas formas de solidariedade social se restringiriam a laços privados em torno dos grandes proprietários rurais – com o concomitante baralhamento entre público e privado –, defendeu uma nova orientação para a ação do Estado, que deveria se adequar a estas especificidades da sociedade brasileira. A conexão histórica entre latifúndio, violência, e dominação pessoal, que Oliveira Vianna identifica desde o seu primeiro livro, condensa um dos desafios mais tenazes para a consolidação e a ampliação de direitos no Brasil.
  • Raymundo Faoro
    Gabriela Nunes Ferreira (Universidade Federal de São Paulo)
    Nascido em Vacaria (RS) em 1925, filho de agricultores de origem italiana, Raymundo Faoro formou-se em Direito no seu estado natal no ano de 1848. Três anos depois, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se tornou procurador do Estado. Em 1958 publicou seu livro de maior impacto, referência obrigatória entre as obras de interpretação do Brasil: Os Donos do Poder – reeditado em versão ampliada em 1975. Se como “intérprete do Brasil” Faoro foi importante, como jurista e publicista também teve papel de destaque, especialmente no período de distensão da ditadura militar: presidente da OAB entre 1977 e 1979, empenhou-se na luta pela volta do Estado de Direito.
  • Richard Morse
    Adrián Gorelik (Centro de Historia Intelectual – Universidad Nacional de Quilmes / CONICET)
    Richard Morse (26 de junio de 1922, Summit, New Jersey, USA – 17 de abril 2001, Pétionville, Haiti) fue un historiador cultural de gran originalidad. Interesado desde temprano por establecer los contrastes entre las culturas anglo e iberoamericana (entre aquella de la cual provenía y aquella que había elegido no sólo como tema de estudio, sino como objeto de afecto y compromiso intelectual), su obra abordó tanto temas de historia cultural urbana como de historia intelectual. En ambos temas dejó títulos clave, como Formação histórica de São Paulo (da comunidade à metrópole) (São Paulo: Difusão Euopéia do Livro, 1970) y El espejo de Próspero (México: Siglo XXI, 1982).
  • Sérgio Buarque de Holanda
    Robert Wegner (Casa de Oswaldo Cruz - Fundação Oswaldo Cruz)
    Sérgio Buarque de Holanda é mais conhecido por Raízes do Brasil, publicado em 1936. Contudo, o autor publicou outros livros importantes em seguida, como Monções, de 1945, Caminhos e Fronteiras, 1957, Visão do Paraíso, 1959, e Do Império a República, 1972. E, antes, havia publicado, em jornais e revistas, diversos artigos de crítica literária e de intervenção cultural, assim como continuou a fazê-lo até quase o fim da vida. O autor pode ser considerado um “homem ponte” entre gerações. De fato, nascido em São Paulo no ano de 1902 e falecido em 1982, Sérgio Buarque participou de forma efetiva de diferentes capítulos da vida intelectual, cultural e política do país no século XX, como do modernismo, da crítica literária em jornais e da produção intelectual universitária.
  • Sílvio Romero
    Antonio Herculano Lopes (Fundação Casa de Rui Barbosa)
    Sílvio Romero (Lagarto/SE, 21.4.1851 – Rio de Janeiro, 18.7.1914) foi um polígrafo, político e professor, de enorme repercussão intelectual na virada do Império para a República, por sua defesa de um pensamento “autonômico” – isto é, verdadeiramente nacional –, baseado na ciência, e sua crítica à sensibilidade romântica na arte e à metafísica na filosofia. Integrante da Escola do Recife (termo que ajudou a popularizar), sob a reconhecida liderança de Tobias Barreto, Romero foi um polemista ardoroso, dono de uma retórica grandiloquente e caudalosa, com que lutava pela reforma do pensamento orientada por um cientificismo inspirado pelo evolucionismo de Herbert Spencer e pela metodologia sociológica de Frédéric Le Play.